EDUC@RTESPECIAL
As Artes e as Tecnologias na Educação Especial
O grupo de alunos de Educação Especial da EB 2,3 de S. Torcato
(Decreto.Lei n.º 3/2008; art.º16.º; alínea e):
Aluno | Ano | Problemática/Perfil de Funcionalidade |
MA | 9.º Ano | Portador de Síndrome de Charge, doença congénita à qual se encontram associados inúmeros problemas físicos, bem como um atraso de desenvolvimento (baixa visão; perda auditiva severa e uma paralisia facial). No processo comunicacional, é portador de dislália fonético-fonológica múltipla, apresentando grandes dificuldades a nível articulatório. Revela ainda algum nível de labilidade psico-afectiva, recorrendo a estratégias comportamentais desadequadas na resolução de problemas. |
JM | 7.º Ano | Jovem portador de problemas motores (ausência do braço direito), visuais (visão monocular) e Distrofia Crânio-Facial. Em resultado, o João apresenta um atraso global do desenvolvimento, marcado sobretudo ao nível da motricidade, necessita de ajuda ao nível dos auto – cuidados, em especial no banho e nas refeições. |
JP | 6.º Ano | Apresenta défice cognitivo acentuado, evidenciando registos de défice de atenção associados a alguma impulsividade. Neste quadro, evidencia-se ainda grande perturbação ao nível da linguagem e expressão, o que interfere ao nível da comunicação, com discurso pouco inteligível, não articulando palavras, comunicando por sons soltos. |
RA | 6.º Ano | Jovem com défice cognitivo, denotando um padrão de mutismo selectivo. |
MX | 6.º Ano | Jovem com défice cognitivo grave, sendo que a retenção e recuperação de informação se encontram bastante prejudicadas. |
RS | 5.º Ano | Desenvolvimento cognitivo global muito inferior ao esperado para a sua idade cronológica. Graves lacunas no processo de manutenção intencional da atenção, com padrão comunicativo tímido e inibido, que reflecte a sua insegurança e baixa auto-confiança. Exibe um estilo passivo e inibido de relações, com excesso de comportamentos de isolamento, indecisão e insegurança, numa perspectiva de autoconceito negativo. |
DN | 5.º Ano | Jovem com Distrofia Muscular de Duchene, doença congénita crónica, degenerativa, com atingimento muscular progressivo necessitando de apoios múltiplos para minorar a evolução negativa da doença. |
Resultados Esperados
O grupo de trabalho envolvido neste projecto perspectiva obter impactos ao nível do desenvolvimento de competências dos alunos, na medida em que as tecnologias e as artes na educação especial, enquanto instrumentos de simplificação e facilitação do processo de comunicação e interacção inerente a um ambiente educativo, funcionam de acordo com uma lógica construtivista de reforço da autonomia do jovem com necessidades educativas especiais.
A experiência de participação baseada na interacção refere-se à possibilidade de aceder através de diversas modalidades, visuais, sonoras ou auditivas, aos mais variados recursos e conteúdos, facilitando a descoberta de novos caminhos que podem mudar radicalmente as formas de aprendizagem, o desenvolvimento intelectual, afectivo e comportamental. Deste modo, esta articulação transdisciplinar é um facilitador no incremento da actividade e participação dos alunos com Necessidades Educativas Especiais, com reflexos imediatos no seu perfil de literacia funcional e multisensorial, com ganhos significativos em todas as áreas de intervenção.
Assim, e de acordo com os recursos disponibilizados, a seguir se enumeram alguns dos resultados que se espera obter:
- Reforço de várias das competências de literacia, pela promoção da vertente lúdica, no sentido em que a ludicidade e cultura participativa são meios através dos quais os jovens participam na vida comunitária. As situações lúdicas, nomeadamente, a recriação, o lazer, o brincar, o jogar, o pintar, contribuem para que no futuro sejam cidadãos mais abertos e mais receptivos à colaboração, mais capazes para a resolução de problemas, permitindo uma melhor compreensão de si próprio e dos papéis sociais a desenvolver, na senda da cidadania e autonomia;
- Desenvolvimento da consciência fonológica, através de programas interactivos multimédia, na medida em que a sua componente áudio permite trabalhar questões de pronúncia, bem como proporcionar leitura silabada ou centrada em segmentos fonémicos.
- Encorajamento da produção de discurso mais complexo e fluente ou estimulação de vocalizações em crianças com perturbações da fala, uma vez que os jovens são estimulados a usar a linguagem, encorajando-se a exploração e a fantasia, fazendo relatos enquanto desenham, deslocando objectos, ou “escrevendo”.
- Desenvolvimento de competências ao nível de vocabulário, sintaxe e reconhecimento de palavras, com ganhos significativos na compreensão da estrutura narrativa das histórias (“escrever histórias”; “ler histórias”; criação de livros electrónicos (ebooks));
- Incentivo à comunicação e desenvolvimento da apetência pela escrita, pelas muitas possibilidades evidenciadas pelo uso do correio electrónico;
- Desenvolvimento da leitura e da escrita de uma forma mais global e funcionalmente significativa, integrada no conjunto de outras actividades e servindo necessidades reais, como escrever uma receita, um aviso, uma lista de compras, etc. (funcionalidade), pela utilização de processadores de texto.
- Estimulação da emergência de alguns conceitos matemáticos tais como, reconhecimento de formas, contagem e classificação, favorecendo igualmente o desenvolvimento de conceitos de simetria, padrões, organização espacial, entre outros.
- Documentação de experiências vividas pelas crianças no âmbito da sua comunidade ou noutros contextos, facilmente editáveis sob a forma de boletins informativos (Newsletters), no blogue Edu@Especial (http://apoioseduc.blogspot.com/) ou no site da escola (http://www.aevst.com/), com recurso a câmaras digitais na captação dos momentos mais significativos, na promoção dos níveis de auto-estima e auto-conceito;
- A Equipa do projecto
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